Segundo Padre Zezinho
Há poucos dias alguém que me perguntava o que havia
de bonito em ser católico. Comecei pelo “Senhor tem piedade” e terminei pelo
“Cordeiro que tiras o pecado!” Acentuei a doutrina do perdão, dos bem
aventurados e salvos, dos perdoados e perdoadores, a universalidade, a busca
permanente da unidade, o desejo sincero de auto-superação, os sacramentos e a
eucaristia. Listei pelo menos cinqüenta valores!
Posso imaginar o bonito de ser judeu, islâmico,
ortodoxo ou evangélico. Se acho bonito ser católico, porque não seria bonito
para eles ser membros das religiões e igrejas nas quais se sentem mais próximos
de Deus? Um ex crente afirmava, num artigo recente, que, agora, sua vida era
mais livre e mais bonita. O ateísmo o libertara! Como não estou na pele dele,
não o julgo. Sei de crentes e ateus felizes e de crentes e ateus infelizes. Ele
parecia estar feliz! Bom para ele e bom para mim, que também sou feliz!
Mas não é tudo assim tão automático! Não é por
comprar novos aros e novas lentes que enxergarei melhor. Não é por ir ao culto
e sentir emoções que me torno automaticamente bom católico. Mas se as lentes me
ajudarem a sair da minha miopia e, se a intervenção a laser me corrigir as
distorções, certamente verei melhor e se tiver uma boa visão de mundo e de
pessoa serei mais feliz. Isto de ser feliz tem muito a ver com as visões e
abrangências do coração.
A religião pode ajudar oferecendo serenidade, posto
que os serenos costumam ser mais felizes. Minha igreja me oferece isto! Sinto
pelos outros que não acham pedagogia e perdão no catolicismo. Eu acho!
Aqui entram as religiões e igrejas bonitas! Vão
além da estética de seus cultos e da ousadia de suas promessas e milagres.
Jesus caracteriza isso com os conceitos de mansidão, coragem, abertura de
coração, defesa firme da vida em todos os seus estágios! Chega-se ao céu
através do que se faz pela vida na Terra! Corre o risco de perder o céu quem
brinca de ser dono da vida e da verdade!
Proclamo que é bonito ser católico não apenas por
ver o que Deus fez e faz por meio dos seus santos, nem apenas pelos santos que
ele fez e faz. Os santos são corolários. Essencial é a busca da justiça e da
paz! Proclamo que é bonito ser católico não apenas pelas nossas doutrinas, que
acho elevadas e exigentes e até difíceis de cumprir, mas pela compaixão e
misericórdia implícitas nos cultos e nos sacramentos que celebramos. Proclamo,
ainda, que é bonito ser católico quando olho para o Vaticano com suas enormes
colunas em curva que parecem dois braços abertos e sem portões. Entra quem quer
e sai quem quer para ouvir nossa mensagem proclamada nas quartas feiras, pelo
Sumo Fazedor de Pontes, o Papa.
Em cima daquelas colunas há inúmeras imagens de
santos de ontem a lembrar aos de baixo, candidatos de hoje à santidade de
sempre, que sem abertura de coração e de mente não vai dar certo! Não, num
mundo carente de diálogo e cada dia mais distante dele!
Mais: gosto da coragem dos papas e dos bispos que
não têm medo de dizer o que deve ser dito e conseguem dizê-lo de um jeito
diplomático e humano. Diria muito mais, mas foi um pouco do que eu disse!
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