CRESCIMENTO DESORDENADO DE CIDADES CAUSA DANOS AO
MEIO AMBIENTE
O crescimento
desordenado dos centros urbanos também gera problemas jurídicos que deságuam no
Tribunal da Cidadania. Três processos mostram como o desrespeito ao plano
urbanístico das cidades vem causando danos ao meio ambiente e à qualidade de
vida da população que precisam ser contidos.
No primeiro deles,
analisado no último mês de abril, o presidente do STJ, ministro Cesar Asfor
Rocha, deferiu pedido do MPF e suspendeu a decisão que permitia o
prosseguimento das obras de um empreendimento imobiliário na praia São Marcos,
no litoral do Maranhão. De acordo com a denúncia do MP, a construção de dois
prédios destruirá a vegetação em área de preservação permanente na qual há
características de ecossistema de dunas e restingas.
“Com efeito, após
concluída a edificação de duas torres residenciais, nada, ou pouco, será
possível fazer em relação às dunas e à formação vegetal nativa que devam,
eventualmente, ser preservadas hoje. A incerteza em relação aos riscos
ambientais da obra impõe a adoção de medida que venha a evitar dano maior
futuro e resguardar o interesse da coletividade”, concluiu Asfor Rocha.
No segundo
processo, o STJ manteve uma decisão do Tribunal de Justiça fluminense (TJRJ)
que isentou o município do Rio de Janeiro do pagamento de indenização por obra
irregular demolida pela administração municipal. Conforme o entendimento do
TJRJ, a pessoa que ergue prédio em área proibida afronta o ordenamento jurídico
e assume o risco de sua conduta e do próprio prejuízo.
E em 1998, o STJ determinou a interdição de um depósito de lixo na cidade de Bagé/RS. A prefeitura do município estava utilizando uma pedreira como aterro sanitário sem proceder com a compactação adequada do lixo. Também não havia barreiras de contenção e cobertura dos dejetos com terra para evitar a contaminação dos lençóis freáticos. Moradores inconformados recorreram ao Tribunal da Cidadania e os ministros da Segunda Turma entenderam que a prefeitura não poderia utilizar como depósito de lixo lugares onde a segurança, o bem-estar e a saúde da vizinhança poderiam ser comprometidos.
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