Advogar, segundo os dicionários mais habilitados é uma palavra sinônima de advogado, que por sua vez significa patrono, defensor, protetor, padroeiro, intercessor, medianeiro, mediador.
Estas palavras são empregadas para designar a atividade árdua daqueles que abraçaram o exercício profissional da advocacia com a finalidade de defender e proteger os direitos individuais e coletivos dentro de nossa sociedade.
Nesse contexto, convém lembrar as palavras do saudoso e ilustre jurista baiano Arx Tourinho, em sua Oração proferida em 12 de março de 1992 na inauguração da sede da OAB-BA, quando disse: “Exercer advocacia significa defender com hombridade direitos alheios; investir contra o usurpador; transformar a atividade em questionamento incessante para que se tenha vivo o bom direito; é argumentar com princípios doutrinários, jurisprudenciais ou hermenêuticos; é usar o verbo e a inteligência, a ciência e a arte: é agir com determinação e coragem, porque aos covardes não se reservam vagas na advocacia”.
O trabalho do advogado e a sua intensidade são em verdade desconhecidos do público que não consegue perceber claramente o seu esforço e o papel que exerce junto aos órgãos judiciais e extrajudiciais.
O escritor Henri Robert, em texto publicado na Editora Martins Fontes, tradução de Rosemary Costhek Abílio, São Paulo, 1997, intitulado “No Palácio da Justiça”, tenta explicar qual o papel desse enigmático profissional. E para tanto transcrevemos um parte desse material, que segue nas linhas abaixo:
“No Palácio da Justiça encontramos esta expressão. O advogado!
Qual imagem essa palavra evoca de imediato na mente dos que vivem afastados do Palácio da Justiça? Qual sentimento costuma despertar no público?
Para alguns, o advogado é tradicionalmente o "defensor do órfão e da viúva", o paladino abnegado de todas as nobres causas, aquele cujo devotamento se volta inteiramente para todos os oprimidos, todos os infelizes, todos os deserdados da fortuna, e que faz ouvir perante a justiça a voz da piedade humana e da misericórdia.
Mas, - tenhamos a modéstia e a clarividência de o reconhecer - essa está longe de ser sempre nossa reputação. Digamos mesmo que na literatura o advogado geralmente não tem boa fama.
Há uma tendência excessiva para representá-lo na figura - de um insuportável tagarela, um sujeito espertalhão, chicaneiro, manhoso, encrenqueiro, capaz de defender qualquer causa, alegando inocência mesmo quando está convencido da culpabilidade...
"Antigo rancor dos escritores sóbrios contra os oradores abundantes", disse amavelmente Henry Roujon para explicar essa animosidade quase geral da literatura contra a advocacia.
É uma explicação muito sutil e pode ser válida para os escritores sóbrios, embora nem todos os advogados sejam oradores abundantes...
Mas não são apenas os escritores que falam mal dos advogados. E sem dúvida o verdadeiro motivo de sua impopularidade está na própria profissão.
Isso acontece porque, via de regra, o cliente só recorre a eles na adversidade, quando se vê a braços com problemas, aborrecimentos, graves preocupações, responsabilidades que às vezes lhe comprometem seriamente a honra ou a fortuna.
Os advogados são as testemunhas profissionais dos maus dias, os confidentes obrigatórios a quem o cliente é forçado a confessar seus segredos de família, até mesmo pequenas baixezas de que não tem motivo para se orgulhar.
Assim, por ter-se visto diante deles em posição incômoda ou em situação crítica, é natural que o cliente lhes queira mal, talvez inconscientemente, que conserve deles uma péssima lembrança; ou mesmo (um sentimento bem humano, o que não quer dizer muito nobre) é natural que fique tentado a desforrar-se e a criticá-los o mais possível... tão logo não precise mais de sua assistência.
Eis por que sem dúvida os advogados não são e nunca foram poupados.(...)”
Com a transcrição do texto, acima citado, pretende-se uma reflexão, um pensar crítico sobre a figura do Advogado.
Ressalte-se que Henri Robert, que 1997, questionava do porquê do mal julgamento que as pessoas de nossa sociedade fazem do advogado e, ao mesmo tempo, respondia que tal motivação poderia decorrer do fato do público ter uma visão insuficiente e inexata do Advogado. E hoje, no ano de 2009, qual será a visão desse profissional? Será que houve mudança no julgamento por parte do público? Acredito que não. Mas tenho esperança de que a respeitabilidade virá com o tempo.
Sou professor de Hermenêutica Jurídica e advogado militante há mais de quinze anos, sendo consciente de que tenho feito a minha parte para que um dia, usando as palavras de um acadêmico, possa ver a advocacia não ser transformada em válvula de escape de magistrados e promotores frustrados, e isso em grande parte devido algumas faculdades, que não formam cidadãos formadores de opiniões como eram definidos os acadëmicos de Direito, e sim leitores e decoradores de leis mortas.
Estas palavras são empregadas para designar a atividade árdua daqueles que abraçaram o exercício profissional da advocacia com a finalidade de defender e proteger os direitos individuais e coletivos dentro de nossa sociedade.
Nesse contexto, convém lembrar as palavras do saudoso e ilustre jurista baiano Arx Tourinho, em sua Oração proferida em 12 de março de 1992 na inauguração da sede da OAB-BA, quando disse: “Exercer advocacia significa defender com hombridade direitos alheios; investir contra o usurpador; transformar a atividade em questionamento incessante para que se tenha vivo o bom direito; é argumentar com princípios doutrinários, jurisprudenciais ou hermenêuticos; é usar o verbo e a inteligência, a ciência e a arte: é agir com determinação e coragem, porque aos covardes não se reservam vagas na advocacia”.
O trabalho do advogado e a sua intensidade são em verdade desconhecidos do público que não consegue perceber claramente o seu esforço e o papel que exerce junto aos órgãos judiciais e extrajudiciais.
O escritor Henri Robert, em texto publicado na Editora Martins Fontes, tradução de Rosemary Costhek Abílio, São Paulo, 1997, intitulado “No Palácio da Justiça”, tenta explicar qual o papel desse enigmático profissional. E para tanto transcrevemos um parte desse material, que segue nas linhas abaixo:
“No Palácio da Justiça encontramos esta expressão. O advogado!
Qual imagem essa palavra evoca de imediato na mente dos que vivem afastados do Palácio da Justiça? Qual sentimento costuma despertar no público?
Para alguns, o advogado é tradicionalmente o "defensor do órfão e da viúva", o paladino abnegado de todas as nobres causas, aquele cujo devotamento se volta inteiramente para todos os oprimidos, todos os infelizes, todos os deserdados da fortuna, e que faz ouvir perante a justiça a voz da piedade humana e da misericórdia.
Mas, - tenhamos a modéstia e a clarividência de o reconhecer - essa está longe de ser sempre nossa reputação. Digamos mesmo que na literatura o advogado geralmente não tem boa fama.
Há uma tendência excessiva para representá-lo na figura - de um insuportável tagarela, um sujeito espertalhão, chicaneiro, manhoso, encrenqueiro, capaz de defender qualquer causa, alegando inocência mesmo quando está convencido da culpabilidade...
"Antigo rancor dos escritores sóbrios contra os oradores abundantes", disse amavelmente Henry Roujon para explicar essa animosidade quase geral da literatura contra a advocacia.
É uma explicação muito sutil e pode ser válida para os escritores sóbrios, embora nem todos os advogados sejam oradores abundantes...
Mas não são apenas os escritores que falam mal dos advogados. E sem dúvida o verdadeiro motivo de sua impopularidade está na própria profissão.
Isso acontece porque, via de regra, o cliente só recorre a eles na adversidade, quando se vê a braços com problemas, aborrecimentos, graves preocupações, responsabilidades que às vezes lhe comprometem seriamente a honra ou a fortuna.
Os advogados são as testemunhas profissionais dos maus dias, os confidentes obrigatórios a quem o cliente é forçado a confessar seus segredos de família, até mesmo pequenas baixezas de que não tem motivo para se orgulhar.
Assim, por ter-se visto diante deles em posição incômoda ou em situação crítica, é natural que o cliente lhes queira mal, talvez inconscientemente, que conserve deles uma péssima lembrança; ou mesmo (um sentimento bem humano, o que não quer dizer muito nobre) é natural que fique tentado a desforrar-se e a criticá-los o mais possível... tão logo não precise mais de sua assistência.
Eis por que sem dúvida os advogados não são e nunca foram poupados.(...)”
Com a transcrição do texto, acima citado, pretende-se uma reflexão, um pensar crítico sobre a figura do Advogado.
Ressalte-se que Henri Robert, que 1997, questionava do porquê do mal julgamento que as pessoas de nossa sociedade fazem do advogado e, ao mesmo tempo, respondia que tal motivação poderia decorrer do fato do público ter uma visão insuficiente e inexata do Advogado. E hoje, no ano de 2009, qual será a visão desse profissional? Será que houve mudança no julgamento por parte do público? Acredito que não. Mas tenho esperança de que a respeitabilidade virá com o tempo.
Sou professor de Hermenêutica Jurídica e advogado militante há mais de quinze anos, sendo consciente de que tenho feito a minha parte para que um dia, usando as palavras de um acadêmico, possa ver a advocacia não ser transformada em válvula de escape de magistrados e promotores frustrados, e isso em grande parte devido algumas faculdades, que não formam cidadãos formadores de opiniões como eram definidos os acadëmicos de Direito, e sim leitores e decoradores de leis mortas.
Cledilson Maia(OAB-MA nº 4.181)
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