Extraído
de: Associação do Ministério Público de Minas Gerais - 29 de Maio de 2012
Uma
mulher de Nanuque, no Vale do Mucuri, em Minas Gerais, foi condenada a
indenizar o ex-companheiro porque, além de traí-lo, fez piadas sobre o
desempenho sexual do homem para os colegas da empresa onde ambos trabalham. A
servente industrial terá que pagar R$ 8 mil por danos morais por expor o homem
a "situações vexatórias".
Segundo
o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o casal se conheceu no trabalho e
viveu junto por dez anos, mas a mulher começou a trair publicamente o
companheiro com um instrutor de autoescola. A traição levou o casal a se
separar, mas, de acordo com a ação, a mulher ainda passou a fazer
"comentários negativos e depreciativos" sobre o ex-companheiro,
dizendo para os cerca de 60 a 70 pessoas do setor onde trabalham que ele tinha
"pênis mole", "não dava mais nada na cama" e "deitava
e dormia".
A
"humilhação" foi confirmada por pelo menos duas testemunhas ouvidas
pela juíza Patrícia Bitencourt Moreira, da 2ª Vara de Nanuque, que condenou a
mulher a pagar R$ 5 mil ao ex por entender que o homem foi "lesado em sua
honra" pela traição pública e pelos comentários "absolutamente
depreciativos" que "naturalmente causaram inegável dor e
constrangimento" ao autor da ação.
O
homem recorreu ao TJMG pedindo o aumento da indenização, enquanto a mulher
solicitou ao Judiciário que anulasse a sentença de primeira instância alegando
que, apesar de ter traído o companheiro, causou apenas "meros
dissabores" pelo "relacionamento fracassado".
Para
o desembargador Gutemberg da Mota e Silva, da 10ª Câmara Cível do TJMG, porém,
a própria traição é um "escárnio" e "vilipêndio ao
companheiro", além de uma "ofensa às instituições e até mesmo ao
dogma religioso" e caracteriza uma "ofensa", agravada pelos
comentários que causaram "angústia, decepção, sofrimento e
constrangimento" ao rapaz. Os desembargadores Veiga de Oliveira e Mariângela
Meyer concordaram com o relator e aumentaram o valor da indenização. A advogada
da mulher, Suzi Patrice Aguilar, não foi encontrada no seu escritório em
Nanuque para falar sobre o caso.(Estadão)
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