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AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL PÓS MORTEM - CPC (2015)



EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA DE ______________.

 
























VERIDIANA DE TAL, brasileira, convivente em união estável, do lar, portadora do RG nº ............. e do CPF nº ..........., residente e domiciliada na Rua H, nº 0000, Bairro ..., Município de ...., por seu bastante procurador e advogado, no fim assinado, conforme documento procuratório em anexo, com escritório profissional no endereço ....., onde recebe intimações, notificações, avisos e demais atos de praxe e estilo, vem perante V.Exa., na melhor forma do direito, requerer formular o presente pedido de 

AÇÃO DE RECONHECIMENTO
E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL PÓS MORTEM

em face dos HERDEIROS de BARNABÉ DE TAL, que em vida era brasileiro, convivente em união estável, comerciante, portador do RG nº ____________ e do CPF nº ______________, residente e domiciliado na Rua H, nº 000, Bairro _______, Município de Imperatriz-MA, falecido em ___________ de 2018 (Certidão Óbito em anexo), abaixo qualificados, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

CICLANO DE TAL, brasileiro, solteiro, vendedor, residente e domiciliado na _____________;

FULANA DE TAL, brasileira, solteira, do lar, residente e domiciliada _____________.


A) QUESTÕES PROCESSUAIS PARA SEREM APRECIADAS ANTES DA QUESTÃO FÁTICA

1 – DAS PUBLICAÇÕES E INTIMAÇÕES

Excelência, a Requerente pede a este Douto Juízo, que todas as publicações e intimações expedidas em nome do Advogado _______________ (OAB/MA nº ), com escritório na ____________________, bem como, que as publicações e intimações veiculadas por correio eletrônico sejam encaminhadas ao endereço _______________hotmail.com e, sob pena de nulidade e violação do art. 272, §5º, do CPC de 2015, requerendo também aplicação do art. 4º, da Resolução CNJ 121/2010, sobre a divulgação de dados processuais eletrônicos na rede mundial de computadores.

Ademais, o art. 4º, da Resolução CNJ 121/2010, dispõe que as consultas públicas disponíveis na rede mundial de computadores devem permitir a localização e identificação dos dados básicos de processo judicial segundo os seguintes critérios: número atual ou anteriores, inclusive em outro juízo ou instâncias; nomes das partes; número de cadastro das partes no cadastro de contribuintes do Ministério da Fazenda; nomes dos advogados e registro junto à Ordem dos Advogados do Brasil.

2 – OS DOCUMENTOS QUE ACOMPANHAM A PETIÇÃO

Excelência,

De acordo com o art. 425, IV, do CPC de 2015, com a nova redação dada pela Lei nº 10.352/01, o advogado que esta subscreve autentica os documentos que acompanham esta petição inicial, não necessitando, assim, da autenticação Cartorária.

B) DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

1 – FATOS (art.319, III, CPC/2015)

1.1 – DO INÍCIO DA UNIÃO ESTÁVEL

A Requerente informa que em meados de janeiro de 1981 iniciou um relacionamento, a título de união estável, duradouro, público e contínuo, conhecida por parentes e amigos, por mais de 30 anos, com BARNABÉ DE TAL, no mesmo endereço. União esta, que terminou no dia do falecimento de BARNABÉ DE TAL, ocorrido em 26.09.2018, conforme Certidão de Óbito em anexo.

Se faz necessário informar que o casal não formalizou a união antes do falecimento do de cujus, contudo, viviam e conviviam, ou seja, imprimindo a sociedade e ao derredor dos conviventes a precisa sensação de que constituíam uma nítida família conjugal, organizada nos moldes do casamento tradicional, apenas que subtraída da prévia formalidade de sua pública celebração, e por este fato, merece ver reconhecida por sentença a referida sociedade.

Requerente possui documentos que comprovam a união, ou seja, documentos em comum, comprovantes de endereço do mesmo domicílio. Ademais, pretende apresentar prova testemunhal.

Dessa forma, A Autora busca a tutela jurisdicional do Estado para ver garantido o seu direito de companheira.

1.2 – DOS FILHOS

Excelência, ao tempo da união estável da Requerente com o falecido companheiro, acima mencionado, adveio o nascimento de 2 filhos, sendo eles os Requeridos CICLANO DE TALe FULANA DE TAL, já qualificados.

2 – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO DE TUTELA JURÍDICA (art.319, III, CPC/2015)

MM. Juiz, não resta qualquer dúvida, embora pela sumária prova dos fatos, ora levados a efeito, de que a Autora e o “de cujus” BARNABÉ DE TAL, viveram sob o regime de união estável. Afinal sempre tiveram a firme intenção de viver publicamente como casados, dentro do que a doutrina chama de affectio maritalis. 

O casal-convivente, pois, por cerca de trinta e oito anos foram reconhecidos pela sociedade como marido e mulher, com os mesmos sinais exteriores de um casamento. Assim, houvera, repise-se, colaboração mútua na formação do patrimônio.

O art. 226, § 3°, da Constituição Federal, ampliou o conceito tradicional de família ao estabelecer que esta não é constituída somente pelo casamento, mas, também, por uma convivência entre um homem e uma mulher, de caráter duradouro, público e contínuo, com finalidade de constituir família.

É o que estabelece o art. 1°, da Lei n° 9.278/96, in verbis:

Lei n° 9.278/96

Art. 1° - É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com o objetivo de constituição de família.

Ora, é fato que a Requerente conviveu com o “de cujus” BARNABÉ DE TAL e dividiu com ele as situações cotidianas, de modo que ela ficou responsável pelo cuidado com a casa e o sustento da família. E quanto ao mencionado companheiro, o mesmo, por sua vez, também ficou responsável pelo sustento da família.

Por consequência lógica, a Requerente tem o interesse de obter de Vossa Excelência o reconhecimento da união estável entabulada entre ela e o “de cujus” BARNABÉ DE TAL.

Afinal, é inegável que a situação em análise subsume-se, perfeitamente, ao artigo acima transcrito, eis que os conviventes mantiveram um relacionamento com ‘animus’ de família, por cerca de 38 anos, morando sob o mesmo teto, o que caracteriza, perfeitamente, que os dois possuem a condição de entidade familiar.

Constituição Federal, no art. 226, protege a união estável, consignado que:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

[...]

§ 3º.  – Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

Não obstante o advento da atual Carta Constitucional, a pretensão da Autora já encontrava amparo com fulcro na sociedade de fato.

Por sua vez, a Lei nº 9.278/96 e posteriormente o Código Civil de 2002, estabeleceram os parâmetros para que a união possa ser entendida como entidade familiar, regulamentando a disposição constitucional, senão vejamos:

Código Civil

[...]

Art. 1.723 - “é reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública contínua e duradora estabelecida com o objetivo de constituição de família.”

3 – DA DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE

A dissolução da união estável ocorre por morte de um dos companheiros, pela vontade das partes de não mais viverem como se casados fossem ou por infringirem um dos deveres estabelecidos no art. 1.724 do Código Civil, ou ainda, pelo casamento. Neste caso ocorreu a morte do companheiro da Autora em 26 de Maio de 2018.

Cumpre, portanto, ressaltar que in casu estão presentes todos os requisitos para que a união seja alçada à condição de entidade familiar, portanto, valorizada e em várias situações equiparada ao casamento, a saber; convivência duradoura, pública, contínua, e finalmente, o objetivo de constituir família.

Data máxima Vênia Excelência, a Requerente necessita do reconhecimento da união estável a fim de regularizar-se junto aos INSS e abertura sucessória para o fim de requerer pensão por morte e possível recebimento de seguros.

Sendo assim a dissolução deverá ser homologada judicialmente, na qual requer a este juízo declaração do reconhecimento e a dissolução da união estável.

4 – DOS PEDIDOS

Em face do exposto, a Requerente pede a este Douto Juízo:

1) Que todas as publicações e intimações expedidas em nome do Advogado _____________________________ , bem como que as publicações e intimações veiculadas por correio eletrônico sejam encaminhadas ao endereço _______________@hotmail.com e, sob pena de nulidade e violação do art. 272, § 5º, do CPC de 2015, requerendo também aplicação do art. 4º, da Resolução CNJ 121/2010, sobre a divulgação de dados processuais eletrônicos na rede mundial de computadores.

2) A citação dos Requeridos, já qualificados no preâmbulo da presente petição, para que compareça em audiência a ser designada por Vossa Excelência, sob pena de confissão quanto a matéria de fato, podendo contestar dentro do prazo legal sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia, nos moldes do art. 344, do NCPC/2015;

3) Designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do art.319, VII, do Novo Código de Processo Civil;

4) No tocante ao MÉRITO DA CAUSA, seja julgada PROCEDENTE A PRESENTE AÇÃO, no sentido de DECLARAR POR SENTENÇA O RECONHECIMENTO DA SOCIEDADE DE FATO, do tipo UNIÃO ESTÁVEL havida entre a Autora e o “de cujus” BARNABÉ DE TAL, de ________ até o dia __________, e a consequente dissolução da mesma;

5) Seja intimado o Ilustre Representante do Ministério Público, para que se manifeste no feito.

6) Sejam os Requeridos condenados a pagarem as despesas, custas processuais e honorários advocatícios, estes no montante de 20% do valor da causa.

Finalizando, protesta pela produção de provas por todos os meios permitidos e admitidos em Direito, especialmente o depoimento pessoal dos Requeridos, sob pena de confissão ficta, além das provas documental e testemunhal, o que desde já se requer.

Dá-se à causa o valor de R$998,00 (novecentos e noventa e oito reais), para efeitos meramente fiscais.

Nestes Termos,
Pede DEFERIMENTO.
Imperatriz/MA, 24 de Janeiro de 2019.



Advogado
OAB

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