(Do Livro "Ética", vários autores, Ed. Companhia de Letras, ano 1992, pág. 246-260) Gerd Bornheim Na medida exata em que o homem passa a organizar a sua vida socialmente, desenvolve-se também a dicotomia das relações entre o sujeito e a norma. E, de saída, a dicotomia assume as feições de uma contraposição que, percebe-se logo, não deixa de ser a própria razão de ser da dicotomia. De fato, o exame das relações entre o sujeito e a norma esbarra, desde os seus primeiros passos, numa primeira constatação, a de que os dois termos constituem-se, na relação, como dois pólos antitéticos, e que compete à tessitura das forças sociais convencionar entre ambos alguma forma de equilíbrio; ou então, por vezes, reconhecer que o equilíbrio se faz difícil e mesmo impossível, Esta última alternativa parece impor-se principalmente em certos períodos ditos de transição, ou de crise, e até de decadência - termos estes difíceis de serem delimitados. Seja como for, a contraposição entre sujeito e